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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

POWER TO THE PEOPLE


Amanhã, finalmente, o Terreiro do Paço vai-se encher de gente. Terreiro do Paço, diria antes Terreiro do Povo, foi ali perto que se jogou a sorte do 25 de Abril quando o capitão Salgueiro Maia avançou de peito aberto para o último general que saiu em defesa do Estado Novo e o convenceu a render-se.

Já lá vão anos, bastantes, mas as histórias dos povos medem-se em tempos longos, pode haver instantes como esse do herói Salgueiro Maia, mas o que conta é a longa duração.

Estamos a dois anos dos 40 anos da generosa revolução de 74.

Vai ser uma comemoração triste? Não sou de fazer prognósticos.

Já há muito tempo que não escrevo aqui neste espaço, a razão é simples, detesto repetir-me e tudo o que aconteceu desde o início do Verão estava já anunciado há muito tempo.

15 de Setembro foi um facto novo. Duas semanas depois talvez as coisas acelerem.

Talvez acelerem para um estado de insurreição que inevitavelmente há-de vir.

Oa países da Europa do Sul, incluindo a França, estão à beira da insurreição. Acontecerá, não acontecerá? Não sei.

Algumas coisas que sei.

A União Europeia é uma prisão, é um campo concentração.

A União Europeia defende os interesses da Alemanha e é comandada pelo grande capital financeiro chefiado pelo banco americano Goldman Sachs e seus lacaios.

Mario Drahgi, Mario Monti, Papademus, António Borges, Vítor Gaspar, esses  nomes dizem-vos alguma coisa? É gente formada na escola do Goldman Sachs que, depois de devidamente apetrechada, foi despachada para a união europeia.

Dois deles, muito concretamente, para Portugal. O que é vieram para cá fazer? É simples: cercar e destruir a economia portuguesa em nome dos interesses do grande capital financeiro internacional. No meio disso tudo, o que é que representa o Passos Coelho? É um verbo de encher. É um antigo Jota que não sabe nada de nada, quem é que o pôs no lugar onde ele está? Adivinhem.

Que fazer, então, amanhã? Acabar com a TSU? Isso já está feito.

Iniciar uma imparável insurreição nacional? Não há outra saída.

Não me falem da remodelação governamental. Deixem lá esse bando de incompetentes salafrários. Deixem-nos ficar lá mais uns tempos, alimentando os seus egos e os seus interesses e dos seus amigos e afilhados. Vão dar uma ajuda preciosa no estoiro do regime do bloco central de interesses.

Presidente da República? Não brinquemos com coisas sérias.

O que é que resta? Ponhamos as nossas massas cinzentas, as nossas meninges a trabalhar.

Repensemos o país, mandemos a UE e o euro de volta para a Alemanha e para o chanceler Kohl e a sua protegida Merkel, enterremos as utopias federalistas, a união bancária e a moeda única e tratemos da nossa vida, das nossas alianças, outras alianças com outras gentes. Todo o cerne da questão reside aí, reside nessa criminosa utopia fundada pelos padrastos e seus seguidores da CEE.

Repensemos o país, reconstruamos a nossa economia destruída pela nomenklatura soviética de Bruxelas, criemos oportunidades à criatividade científica e à inovação, apostemos nos jovens, nas novas ideias, em coisas sérias, não em fundações para arranjar tachos para a escória de oportunistas e parasitas cujo modo de vida tem sido sempre chuchar nas tetas do Estado.

Criemos um Estado de produtores competentes, capazes de assumir riscos, respeitemos os direitos de quem trabalha. Deixemo-nos de tretas. Demitam o governo, demitam o presidente, demitam os nababos das autarquias e das regiões. Ocupem o Terreiro do Paço. Power for the People.